2017 e a década da desilusão
Quando a primeira década de 2000 chegou ao fim, houve uma grande expectativa de que, graças aos avanços sociais alcançados, caminharíamos para uma sociedade mais justa, igualitária e tolerante.
Mas o que vem acontecendo nesses últimos dez anos foi um verdadeiro banho de água gelada para quem esperava que isso acontecesse.
Nos EUA temos um presidente que rompeu acordos climáticos e dificultou ainda mais a entrada de imigrantes no país. Na Europa testemunhamos a ascensão de partidos extremistas ao poder e a crescente hostilidade a refugiados.
Também presenciamos a nossa vizinha Venezuela ser dizimada por um ditador megalomaníaco que vem promovendo verdadeiras cruzadas contra opositores e a imprensa.
Outro fato vergonhoso é que essa talvez seja a década que mais se matou crianças no mundo inteiro, de acordo com a UNICEF. Seja por guerra civil ou violência urbana.
No Brasil a coisa parece ser ainda mais grave.
São cada vez mais frequentes os casos de intolerância religiosa, surgimento de grupos de ódio contra minorias e até mesmo atos xenófobos contra refugiados muçulmanos e africanos.
Algo bem vergonhoso para um país miscigenado e multicultural como o nosso.
Grupos de ódio, aliás, que parecem ter perdido a vergonha e agora saem pras ruas e mostram o rosto. Os casos mais emblemáticos são daquele vídeo em que obrigam um pai de santo a destruir o próprio terreiro e outro onde uma mulher chamou a filha adotiva do Bruno Gagliasso de macaca.
A internet e as redes sociais que antes prometiam unir as pessoas parecem estar dividindo-as ainda mais. Experimente discordar de alguma opinião e logo vão te chamar de comunista ou coxinha. Ou se não quiser opinar sobre o assunto irão dizer que você é um “insentão”.
E isso não é só no Brasil, é no globo inteiro.
Por essas e outras que muitos já chamam a segunda década do século 21 de a década da desilusão, e há quem diga que estávamos vivendo uma nova belle époque, um período de euforia e otimismo que deu as pessoas a nítida impressão de que viveriam numa sociedade perfeita.
Seja como for a partir de agora deveremos ter uma perspectiva mais realista nos próximos anos. De que a tal sociedade justa, igualitária e tolerante não virá tão cedo.
Enfim era para eu ter postado esse texto no ultimo dia do ano, mas estive atarefado até o pescoço e não foi possível. Quero desejar a todos um ótimo 2018, pode ser que não seja um grande ano, mas vamos nos esforçar para que seja um pouquinho melhor que 2017.
E a todos aqueles que gastaram um pouquinho do seu tempo visitando esse humilde blog, o meu mais muito obrigado!
Publicado em 7 de janeiro de 2018, em Off Post e marcado como 2017, ano novo. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.
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